Luciano Barreto palestra na 20ª Unale
6 de junho de 2016
Luciano Barreto, presidente da Construtora Celi e da Associação dos Empresários em Obras Públicas e Privadas (Aseopp), deu importante contribuição ao participar da 20ª Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (CNLE). No último dia 3 de junho, ele co-ministrou a palestra “Desburocratização, Gestão nos Serviços Públicos e o Pacto Federativo”. O evento, promovido pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais, realizado entre os dias 1º e 3 de junho, no Campus Farolândia da Universidade Tiradentes (Unit), também teve Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), como palestrante.
Engenheiro civil e construtor, Luciano Barreto tem convivido ao longo de 50 anos com obras públicas – desde a licitação até a entrega do empreendimento. Por isso, segundo ele, levou para a Conferência a visão do pequeno e médio empresário da construção civil, classificados em Sergipe como participantes das séries B e C, representados no evento pela Aseopp. “Eu diria que, no Brasil, existem certamente umas 50 mil empresas que estão destruídas. Empresas que geram muito mais empregos do que as 20 primeiras empresas nacionais. Empresas que pagam mais impostos do que as da série A. Por isso, o poder público tem que desenvolver estudos que possibilitem salvar também as empresas das séries B e C”, disse.
Luciano Barreto explicou que as pequenas e médias empresas estão destruídas em decorrência da grande burocracia, do atual modelo usado pelos órgãos de controle e dos preços irreais praticados. “Estabelecem-se normas e controles de preços nacionais que obrigam uma obra que está em Canindé do São Francisco a cumprir as mesmas regras que uma obra que está do lado de uma fábrica de cimento”, exemplificou.
O empresário destacou, ainda, que, no Brasil, devem existir mais de 10 mil obras inacabadas. Em Sergipe, são, no mínimo, 400, com milhões de reais em recursos públicos jogados fora. Ele citou a obra da BR-101, um trecho de 100 quilômetros, que está sendo duplicado há 30 anos, devido à interferência de 11 órgãos de controle, com normas e procedimentos diferentes. “A culpa disso é da burocracia, dos modelos dados pelos órgãos de controle e, acima de tudo, da falta de compromisso com a sociedade. A obra é feita para atender a população e, por isso, precisa ter início, meio e fim”, ressaltou.
Sobre o argumento de que falta dinheiro para realizar obras, ele comenta que, na Caixa Econômica Federal em Sergipe, existem disponíveis R$ 700 milhões. Porém, esse montante não é utilizado devido à burocracia. Segundo Luciano Barreto, a convite do deputado federal André Moura, a Aseopp apresentou um novo modelo de Lei de Licitações, abordando os pontos principais, como a questão de preços. “Cada empresa deve apresentar seu orçamento, sua proposta, e ser cobrado por ela. E, se não cumprir [prazos e a entrega], que seja punido”, opinou o empresário. Para exemplificar, ele falou do Selo de Entrega Garantida da Construtora Celi, empresa que ele preside e que define, desde o lançamento do empreendimento, a data e a hora que será ele entregue. “Por que não levar isso para âmbito público?”, sugere.
Confira o vídeo da palestra através do link: https://www.youtube.com/watch?v=9KJNQfXDT4E